sábado, 19 de março de 2011

ALGUMAS PALAVRAS DO DIALETO YORUBÁ

Letra A

Ààbò - metade

Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba)

Àáké - machado

Ààrè - doença, fadiga, cansaço

Ààyè - vida

Aba - escada de mão

Abánigbèro - conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho

Abanijé - difamador

Abaya - rainha mãe

Abélà - vela

Abomalè - aquele que cultua os ancestrais (egúngún)

Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás

Aboyún - mulher grávida

Abuku - desgraça

Adèbo - pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de acordo com as regras religiosas

A dúpé - agradecemos a você

Afará - oyin - fovo de mel

Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã)

Àgàn - mulher estéril

Agbádá - vestes sacerdotais

Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará)

Àgbaiyé - o mundo inteiro

Àgbon - coco

Àìsàn - doença

Áike - machado

Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó



Letra B



Báàlè - chefe de um povoado, com menos status que um Oba

Bàbà - milho da Guiné

Babagba - homem velho, geralmente o avô

Báde - caçar em grupo

Bájà - lutar, brigar

Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros

Bàlagà - entrar na maturidade

Barapetu - grande, uma pessoa de distinção

Burú - ruim, negativo, destrutivo



Letra D



Dáàdáà - bom ou bonito

Dabòbò - proteger, fornecer proteção

Dàgbá - envelhecer, ficar velho

Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto

Dalè - quebrar uma promessa

Dára - bom, ser bom

Dáradára - muito bom, tudo certo

Délade - coroar um rei

Dele - chegar em casa

Dídá - ara - boa saúde

Dígí - espelho

Dùbúlè - deitar



Letra E



Éèdì - encanto, feitiço

Éègun - ossos, ossos humanos

Efi - fumar

Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá (Ògún)

Egbò - chaga, ferida

Égún - espírito dos ancestrais

Eji - chuva

Ejò - cobra

Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta

Ékú - rato

Elégbògi - curandeiro que usa ervas

Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú

Elu - estranho

Enìní - inimigo

Enini - orvalho da manhã

Erinká - milho na espiga

Erú - carregamento, fardo

Erupe - sujo

Ewé - folha de planta

Ewu - perigo

Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade

Ewure - cabra

Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Sàngó

Edùn - machado

Efó - vegetais verdes

Èfóri - dor de cabeça

Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo propósito

Eiye - pássaro

Èmí - respiração, também se refere a alma humana

Enyin - você

Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda aos Orixás

Èwòn - corrente



Letra F



Faiya - encantar, seduzir

Fári - cortar o cabelo com lâmina

Fe - há muito tempo

Fèrè - flauta

Fé - amar

Féniyawo - casar

Fijúbà - respeitar

Fòiya - estar com medo, amedrontado

Fowólérán - agir com paciência

Funfun - branco

Fúnwiniwini - garoar

Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira certa

Fúù - o som feito pelo vento



Letra G



Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca

Gala - veado, alce

Géndé - homem forte

Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os ancestrais

Góòlù - ouro

Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica linhagem

Gun - subir

Gùn - pessoa alta

Gunnugun - abutre, urubu



GB



Gbabe - esquecer

Gbada - faca com lâmina grande

Gbàdúrà - rezar

Gbagbo - acreditar

Gbaguda - farinha de mandioca

Gbajumo - cavalheiro; homem gentil

Gbé - levantar

Gbédè - agir de maneira inteligente

Gbérè - cumprimentos

Gbese - dívida

Gbéyàwó - casar

Gbóju - bravo

Gbórín - grande

Gbúròó - ouvir



Letra H



Hà - expressão de prazer

Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar

He - pegar, apanhar

Hó - ferver

Hun - tecer, trançar

Hùwà - comportar-se



Letra I



Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás

Ìbamolè - forças espirituais que são merecedoras de respeito

Ibà pójúpójú - febre muito alta

Ibòòji - sombra

Ibúlè - àrun - leito de doença

Ibúlè - ikú - leito de morte

Ibùsùn òkú - cemitério

Ìdáwò - consulente de adivinhação

Ifáiyable - visão mística

Ìfeseji - perdão

Iga - quintal de um ancião

Ìgbà - história

Igbado - milho

Ìgbàlè - cemitério

Ìgbín - lesma, caracol

Igbó - floresta

Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma pessoa nos mistérios dos Orixás

Ìgboro - rua, estrada

Igi - òpe - palmeira

Ihò - buraco

Ija - luta

Ikú - morte

Ikùn - estômago

Ilà - marcas faciais

Ìlù - tambor

Ìmale - respeito ao ancestral

Ìmáwò - ara - encarnação, estado de reencarnação

Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà)

Imo - ope - folhas de palmeira

Ìpàdé - encontro

Ipin - guardião

Ìràwò - estrelas

Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá

Ito - urina

Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos mistérios

Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama

Imonamona - raio

Iná - fogo

Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a linhagem familiar

Ìpitan - tradição oral

Ìrawò - estrelas

Ìrésì - arroz

Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores

Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún

Irun - cabelo

Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)

Ìsàlè - órgãos reprodutores

Ise - trabalho

Ìségún - reverência aos antepassados

Isinkú - funeral

Ìtan - história, lenda, mitologia

Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história sobre os orixás

Ìwà - àgba - caráter de um ancião

Ìwà - édá - natureza

Iwóòrò - ouro

Ìyá - mãe

Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), dentro da sociedade dos médiuns ancestrais

Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá feminina, significa: " mãe dos mistérios ".

ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das forças da natureza (Òrìsà).

Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama.

Iyekan - ancestrais do pai



Letra J



Jade - sair

Jádeogun - preparar o combate

Jádi - atacar

Je - comer

Je ewo - má sorte que vem como o resultado de uma violação de tabu/regra

Jéjé - rogar uma praga

Jeun - comer

Jéwó - confessar

Jé - acordar

Jigi - espelho

Jije - comer

Jikelewi - borrifar

Joko - sentar

Jóná - estar em chamas

Jóò - desculpar, perdoar

Jowo - grande favor

Juba - rezas, pedido



Letra K



Kàdárà - destino

Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei (oba)

Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe ou mais velho

K'àgò - pedir permissão para entrar em uma casa

Kalè - sentar

Kaná - estar em chamas

Kárò - bom dia

Kárùn - ficar doente

Kàwe - ler

Káwó - saudação, aclamação

Ké - cortar

Kedere - clarear, esclarecer

Kékeré - pequeno

Kéré - ser pequeno

Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer

Kíkún - mortal

Kiniun - leão

Kórira - odiar

Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro Exu (Èsú)

Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a maioria dos Orixás

Korin - cantar

Ku - morrer

Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de respeito, tanto para um local sagrado como para uma pessoa mais velha

Kunrin - cantar

Kurumu - redondo



Letra L



Lá - sonhar

Lábelè - secretamente

Láikú - imortal

Làí - làí - o começo (considerar tempo)

Láí - láí - para sempre

Làlóju - esclarecer, iluminar

Létòl'tò - segmentos de um ritual

Léwà - ser bonito

Lódè - do lado de fora

Lodê oni - no presente

Lókun - forte

Lóni - hoje

Lówò - ser rico, ter abundância

Lókan - bravo

Lukoun - pênis



Letra M



Ma - de fato, realmente

Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô (Sàngó)

Màlúù - boi

Màrìwò - folhas de palmeira

Méjì - dois

Mérin - quatro

Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado para referir a um sistema de adivinhação usado pelos iniciados de Orixás que está baseado nos primeiros dezesseis versos da divindade Ifá (Odù)

Meta - três

Méwà - dez

Mi - engolir, respirar

Mímo - sagrado, divino

Míràn - outro

Mo - eu

Mojú - saber, conhecer

Móoru - tempo quente

Mu - beber



Letra N



Ná - primeiro de todos

Nba - juntar-se

Nfe - amar

Nje - bem

Njo - dançar

Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do contexto

Nígbàtí - quando

Nikan - sozinho

Níle - em casa

Nko - não

Nlá - grande

Nlo - indo

Nmu - bebendo

Nrin - caminhando

Nro - pensando

Nyín - você



Letra O



O - ele, ela, isto

Obì - noz de cola, usado num sistema simplificado de adivinhação

Obí - sexo feminino

Ogìnrin - mulher

Óbo - vagina

Obuko - bode

Òde - do lado de fora

Òde ayé - o mundo todo

Odideé - papagaio

Odò - rio

Òdodo - justiça

Odukun - batata doce

Òfin - lei, direito

Ogbe - crista de galo

Ogbo ato - ficar velho, vida longa

Ogboni - sociedade de homens anciões que adoram o Orixá Onile

Ògèdè - encanto, feitiçaria

Ojise - mensageiros

Òjò - chuva

Òjòlá - jibóia

Ojú - olho ou face, dependendo do contexto

Ojù àse - força nos olhos

Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Ògún em Ilé Ifè

Ojubona - professor

Ojú - óòri - sepultura, túmulo

Ojú ònà - caminho, estrada

Oku - cadáver, defunto

Okun - o oceano

Olé - ladrão

Olórí - chefe

Olosa - Orixá da laguna

Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho masculino dos anciãos

Omi - água

Omi ayé - as águas da terra

Omi - tútù - água fria

Omira - sangue menstrual

Ònà - estrada, caminho

Oníbàárà - cliente

Oníbode - porteiro

Onílé - guarda da casa

Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire"

Onísé - trabalhador

Òòsà - o mesmo que Orixá

Òòsàoko - Orixá da fazenda

Opèlé - corrente usada pela divindade Ifá, significa: " enigma da palmeira "

Òpin ìsìn - o fim do ritual

Òpópó - rua

Òpùrò - mentiroso

Orílè - nome de uma nação

Òrisà bi - esposa de Orungan

Òtitó - verdade

Otu - sacerdote que faz oferendas em nome do Rei (Oba)

Owó - dinheiro

Oyin - mel

Oba obìnrin - Rainha mãe

Ode - caçador

Òdúndún - erva medicinal

Ofà - flecha

Ofò - feitiçaria

Oka - cobra

Okòn - coração

Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que significa: "proprietário da estrada"

Olòwò - sábio mais velho

Omo - criança

Omodé - criança jovem

Ònà - estrada

Òòni - O Rei da nação Yorubá

Ope - palmeira

Osán - fruta

Òsányìn - Orixá das ervas e dos medicamentos

Òsè - semana ritual de quatro dias

Òsóòsì - orixá da caça



Letra P



Pàdé - encontrar

Pákí - farinha de mandioca

Pákórò - ritual noturno nos funerais

Paré - desaparecer, ser destruído

Pari - completar

Pariwo - gritar

Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famílias

Peleke - aumentar

Pín - dividir, repartir

Pitan - contar historias

Pòòkò - copo feito de uma casca de coco

Pupa - vermelho

Putu - bom



Letra R



Rà - comprar

Rá - engatinhar

Rári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da iniciação

Rèrè - coisas boas, boa fortuna

Réin - rir

Riri - tremer de medo

Ròjo - chover

Run - perecer, sucumbir



Letra S



Sáà - estação, determinado espaço de tempo

Sàn - estar bem

Sánmò - céu

Sanra - estar gordo

Sè - cozinhar

Sééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó

Sinsin - descansar

So - amarrar

Sódé - fora

Sòrò - falar

Sun - dormir

Sunkun - chorar

Sánku - morte prematura

Ségègé - tirar a sorte, fundição de certas formas de adivinhação

Sèké - mentir

Sòkoto - calças

Sòtito - ter fé



Letra T



Tà - vender

Táìwo - o primeiro gêmeo a nascer

Táláká - pessoa pobre

Téfá - iniciação Ifá

Tanná - acender a luz

Tara - pequena pedra

Te - estabelecer

Tè - pressionar

Té - espalhar

Telé - seguir

Tímótímó - pequeno

Tìnùtìnù - sincero

Titi - até

Tóbi ode - caçar

Túndé - renascer

Tutu - frio



Letra W



Wà - ser

Wádi - fazer perguntas

Wejeweje - coisas boas

Were - jovem

Wo - relaxar

Wo'gun mérin - os quatro cantos do mundo, as quatro direções

Wolé - entrar

Woléwòdè - entrar e sair

Won - então

Wípé - dizer algo

Wó - o qual

Wòran - assistir

Wodi - investigar



Letra Y



Yá - inundar

Yà - virar para o lado

Yalayala - gavião, rápido, veloz

Yàn - escolher

Yanran - bom

Yara - quatro

Yára - ser rápido

Yesi - quem

Yeye - mãe

Yewere - sem valor, indigno

Yèyé - bobagem

Yi - isto

Yibi - grandeza

Yio - desejo

Yo - aparecer



Letra X



Xaorô - Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.

Xarará - Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê

Xê - Fazer

Xirê - Festa, brincadeira

SAUDAÇÕES AOS ORIXÁS E ENTIDADES


Oxalá
- Epa epa Babá! (yorubá)
Epa epa(exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai)

Omulu/Obaluaie
- Atoto! (yorubá)
Atoto (Silêncio) – Silêncio! Ele está entre nós!

Oxóssi
- Okê arô! (yorubá)
Okê (monte); arô (título honroso dado aos caçadores) – Salve o grande Caçador!

Oxum
- Ora iê iê ô ! (yorubá)
Salve a Senhora da bondade!

Ogum
- Patakori Ogun! (yorubá) ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun) pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça!

Yemanjá
- Odô-fe-iaba! (yorubá) ou ainda, Odô iá!
Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) – Amada Senhora do Rio (das águas) !

Xangô
- Kawô Kabiecile! (yorubá)
Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real!

Iansã
- Eparrê Oiá! (yorubá)
Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã) – Saudação aos majestosos ventos de Oyá!

Ibêji
- Oni Beijada! (yorubá) ou ainda, Beji, Beijada!
Ele é dois!

Nanã
- Saluba Nanã! (yorubá)
Salve a Senhora Mãe de todas as Mães

Ossaim
- Euê-ô! Euê-ô! Euê-ô! (yorubá)
Ewe (folhas); O (sufixo para cumprimentos (salve) – “Salve as folhas!” ,ou melhor “Salve o Senhor das folhas!”

domingo, 13 de fevereiro de 2011

GOVERNADOR E MINISTRA ENTREGAM REFORMA DE TERREIRO


Jaques Wagner, Mãe Stella de Oxossi e a ministra Ana de Hollanda no Ilê Axé Opô Afonjá


As obras de reforma das Casas de Oxalá e de Iemanjá do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, localizado em São Gonçalo do Retiro, no Cabula, foram entregues nesta sexta-feira (11), em solenidade que contou com a presença do governador Jaques Wagner, da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, do presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, além de secretários estaduais. Considerado um dos mais antigos terreiros do Brasil, o terreiro recebeu investimentos de R$ 560 mil, recursos advindos do Iphan. Foram realizadas obras de reforma e recomposição de paredes e alvenarias, nova estrutura de sustentação do telhado, readequação dos espaços internos, instalação de gás, execução de novas instalações elétricas e hidrosanitárias, entre outras benfeitorias. “É uma grande honra ter sempre pessoas trabalhando pelo sagrado. Os órgãos estaduais e federais sempre fazem alguma coisa aqui, nos ajudando a preservar a cultura africana. Estou realizada, porque nossos pensamentos foram escutados e as ações concretizadas”, afirmou Mãe Stella de Oxossi, que durante as comemorações presenteou o governador e a ministra, que é irmã do cantor Chico Buarque, com a réplica de um orixá.

Fonte:http://www.bahianoticias.com.br/


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Acarajé



Acarajé, Akará ou Acarajé, é uma comida do ritual do Candomblé da orixá Iansã e uma das delícias da culinária afro-brasileira feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frito em azeite-de-dendê, podendo ser servido com pimenta, camarão seco, vatapá, caruru, salada, praticamente todas estas iguarias são pratos da cozinha baiana.O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no tabuleiro da baiana (nome dado ao recipiente usado pela baiana do acarajé para expor os alimentos), que são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o orixá.

Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”. Devido ao Modo de Preparo o prato recebeu esse nome.

O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.



O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.

Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.

O acará Oferecido ao orixá Iansã diante do seu Igba orixá é feito num tamanho de um prato de sobremesa na forma arredondada e ornado com nove ou sete camarões defumados, confirmando sua ligação com os odu odi e ossá no jogo do merindilogun, cercado de nove pequenos acarás, simbolizando “mensan orum” nove Planetas. (Orum-Aye, José Benistes).

O acará de xango tem uma forma Ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido e cercado com seis ou doze pequenos acarás de igual formato, confirmando sua ligação com os odu Obará e êjilaxeborá.

A forma de preparo é praticamente a mesma, a diferença está no modo de ser servido: ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru, camarão refogado, pimenta e salada (feita com: tomate verde e vermelho mais coentro).O acarajé tem similaridade com o abará, difere-se apenas na maneira de cozer., o acarajé é frito, ao passo que o abará é cozido no vapor.

Fonte:http://www.culturabaiana.com.br/acaraje/

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Iphan entrega obras reformadas de terreiro em Salvador


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Ministério da Cultura entregam nessa sexta-feira (11) a reforma de várias obras do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador (BA). Tombado pelo Iphan em julho de 2000, o local recebeu investimentos de R$ 560 mil.

Entre os itens reformados estão a Casa de Oxalá e da Casa de Iemanjá, que receberam nova estrutura de sustentação do telhado; reforma e recomposição de paredes e alvenarias; nivelamento e execução de novos pisos; readequação dos espaços internos; instalação de gás; revisão geral e execução de novas instalações elétricas e hidro-sanitárias; e pintura geral.

O Ilê Axé Opô Afonja é um dos terreiros mais importantes da Bahia. No local, são preservadas tradições fundamentais para a religião de matriz afro-brasileira, sendo o sítio tombado um dos símbolos da resistência cultural dos descendentes dos africanos escravizados e também da sua contribuição à formação cultural do Brasil.

De acordo com o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, o trabalho realizado no terreiro reafirma a postura do instituto na mudança de conceito sobre o que é patrimônio cultural, lembrando que “todas as manifestações que contribuíram para a formação do País e da sociedade brasileira ao longo dos séculos são parte integrante do nosso patrimônio”.

Também estão sendo feitas intervenções no Terreiro de Gantois, com reforma, ampliação e construção das novas acomodações para a Ialorixá, com investimentos de R$ 242 mil.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Festa de Iemanjá em Salvador recebe milhares de fiéis

Mais de 300 balaios vão participar do cortejo marítimo nesta quarta-feira.
Moradores e turistas pediram bênção para a rainha das águas.

A festa de Iemanjá reuniu milhares de fiéis na praia do Rio Vermelho, em Salvador, nesta quarta-feira (2). Os grupos Psirico e Olodum fizeram cortejos pela avenida da Orla. Embarcações com imagens da rainha das águas foram levadas pelos pescadores no começo da tarde. A estimativa da Polícia Militar é de que 600 mil pessoas passem pelo Rio Vermelho para homenagear Iemanjá até a noite desta quarta-feira.

Fiéis, turistas e moradores de Salvador foram ao mar jogar oferendas de flores e lavanda para renovar pedidos de graças e agradecer pela realização de desejos do ano anterior. “Sempre peço pela saúde dos meus filhos. Faço isso há mais de 20 anos”, disse a costureira Valdira Lopes, 56 anos.

A estudante Gilbervânia Pereira, 25 anos, disse que faz a oração por Iemanjá há dois anos. Gostaria de vir mais aqui, pois sou de Salvador e não consigo participar da festa mais vezes.”

A aposentada Maria Siqueira de Jesus, 64 anos, mantém a tradição de orar pela rainha das águas há cinco anos seguidos. “Quero agradecer por minha saúde estar firme e forte.”

A estudante de nutrição Isis Leal, 32 anos, participa da festa de Iemanjá pela primeira vez. “Sou de Salvador, mas nunca tinha conseguido participar, mas sempre quis. Dessa vez deu certo. Aproveitei para pedir a benção de uma mãe de santo.”

Até as 12h, os grupos Psirico e Olodum fizeram cortejos até a Casa dos Pescadores, onde fica a oferenda mais importante da festa. A apresentação deles foi encerrada com fogos de artifício, que também marcam o início da preparação da saída do cortejo marítimo. Mais de 300 balaios (cestos de palha) vão participar do encerramento da festa.

Fonte: Globo/g1