É chamado Catendê no angola, podendo ser também feminino, Ossanha, e é Agué no jeje. Orixá das folhas, ervas, vegetação, caçador como Oxóssi. Dono da medicina, patrono da ecologia. Toda manipulação de objetos sagrados se faz com banhos prévios de infusões consagradas através do culto a Ossâim.
No transe, veste-se de branco e verde claro e suas contas são de louça branca rajadas de verde. Come carneiro, galo, pato, cágado além de milho branco, acaçá, arroz, feijão, milho vermelho, farofa e dendê. Seu dia é quinta feira e sua saudação, Euê Aça! (As folhas dão certo).
Tipo psicológico Observador, calado, atormentado, incansável, debochado, saudosista, nervoso e intransigente. Ossâim, o curandeiro "Desde pequeno Ossâim andava metido mata adentro. Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. Um dia Ossâim resolveu partir pelo mundo. Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro. Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas.
Ossâim não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico. Tempos depois, a mãe de Ossâim adoeceu. Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Ossâim exigiu o pagamento de sete cauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse no mundo, sem receber algo. Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete cauris e sua mãe foi salva. Ossâim curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.
Ossâim, é a energia mágico/curativa das folhas e por isso divinizada na forma do senhor das folhas e dos remédios. Seu interesse pela ciência tornou-o um solitário desde que desceu do orum (o céu Iorubá). Embrenhou-se pelas florestas e vive para descobrir e se apoderar dos segredos mágicos das folhas, o elemento mais importante, sem dúvida, no candomblé. Alguns mitos dizem que Ossâim aprendeu os segredos das folhas com Aroni, uma espécie de gnomo africano, que tem uma perna só, e com os pássaros, alguns deles a forma tomada pelas temíveis feiticeiras africanas (ajé) Iyami Oshorongá, cujo nome não deve ser pronunciado para não atraí-las.
Sentindo-se sozinho, enfeitiçou Oxóssi, a quem sempre encontrava nas matas, e o levou para os fundos destas onde lhe ensinou muitos segredos e pretendia mantê-lo, (alguns mitos dizem que como amigo, outros dizem que como amante) o que Iemanjá e Ogum não permitiram, voltando Ossâim à sua solidão.
Segundo o mito, Xangô, o deus trovão, desejando obter os fundamentais poderes de Ossâim, pediu à sua mulher, Iansã, a deusa dos ventos e das tempestades, que ventasse muito no lugar onde morava Ossâim, para que as folhas sagradas que guardava em sua cabaça de segredos fossem espalhadas e ele pudesse apanhá-las.
Por seu amor a Xangô, Iansã assim fez. No entanto, quando vento espalhou as folhas todos os orixás correram para apanhá-las, sabendo de seus poderes.
Ossâim, ao ver o que acontecia pronunciou palavras mágicas que solicitavam que as folhas voltassem às matas, sua casa e seu domínio. Todas as folhas voltaram, mas cada orixá ficou conhecendo o poder daquelas que conseguiu apanhar. Só que elas não tinham o mesmo axé (poder, energia) que quando estavam sob o domínio de Ossâim. Para evitar novos episódios de roubo e inveja, Ossâim permitiu, então, que cada orixá se tornasse dono de algumas folhas cujo poder mágico, de conhecimento e cura ele liberaria quando lhe pedissem ao retirá-las de suas plantas. Em troca exigiu que jamais cortassem ou permitissem o corte de uma planta curativa ou mágica.
Toda a medicina Iorubá se baseia, portanto, nos poderes de Ossâim sobre as folhas-remédio e Obaluaiê o deus que rege as doenças graves. Ambos os orixás são muito temidos e respeitados, porque também entre os iorubás, o mesmo princípio que cura, mata. Remédio e veneno são questão de grau.
Cor: verde escuro (cor do "sangue" das folhas)
Dia da semana: quinta-feira
Elemento: ar
Símbolo: um ramo de folhas com um pássaro pousado, indicando seus poderes de cura e de magia.
Comida: milho
Saudação: Ewê! Aça!
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